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Paraibano famoso na Europa constrói mansão no Pedregal

O renomado restaurador de obras de arte Flávio Capitulino, natural de Sousa-PB, mas residente há muitos anos em Campina Grande que é o restaurador oficial contratado pela família pintor Pablo Picasso, decidiu construir uma mansão em pleno bairro do Pedregal em Campina Grande. A construção conta até comheliponto para pousar o helicóptero do restaurador avaliado em mais de R$ 3 milhões.

Flávio Capitulino, 46 anos, deixou a Paraíba e foi morar em Paris no ano de 1982, onde fez faxina, cuidou de bebês e dançou lambada com boneca de pano na porta do Beaubourg, o principal centro cultural francês. Levava US$ 50 e não sabia pedir um copo d’água em francês.

Hoje, é um dos principais restauradores de obras de arte da França e tem na sua lista de clientes o próprio Beaubourg e o Museu D’Orsay. Já restaurou obras de Gauguin, Renoir e Modigliani. Na cidade de Sousa, restaurou uma capela de 1730, a igreja Nossa Senhora do Rosário. No Brasil, também já deu cursos em São Paulo, ensinando algumas técnicas que criou.

 

O restaurador decidiu criar seu espaço próprio em Campina Grande e numa área considerada humilde da cidade – o bairro do Pedregal –  que tem um dos maiores índices de violência da cidade. No bairro está construindo sua mansão com direito a heliponto.

 

Filho de agricultores, ele nasceu na roça e foi criado em Campina Grande, onde se dividia entre o trabalho de padeiro e bicos como decorador. Seu sonho era ser pintor em Paris. Mas, só conseguiu juntar dinheiro para comprar a passagem de ida para a França; um tio teve de financiar a de volta, obrigatória à época para conseguir o visto.

“Eu trabalhava tanto para juntar dinheiro que dormia duas horas por noite”, lembra. Sua chegada a Paris não foi melhor. Foi com a promessa de que poderia ficar o quanto quisesse na casa de um casal francês que conhecera na Paraíba. Mas, uma semana depois, foi convidado a se retirar.

Sem falar francês, diz que foi para as ruas repetindo uma única pergunta: “Você fala português?”. Uma portuguesa foi a sua salvação. Indicou-lhe a Maison du Brasil, onde vivem os brasileiros que estudam em Paris. Ganhou abrigo e a sugestão de que os únicos empregos que conseguiria seriam os de faxineiro e de babá.

Cuidou de crianças até se deparar com uma mesa de laca chinesa, toda descascada, na casa de seus patrões. “Insisti tanto que me deixaram restaurar a mesa”. Seus patrões ficaram tão encantados com o resultado, segundo Capitulino, que convidaram uma restauradora do Louvre para ver a mesa. Não tinha vaga no Louvre, mas a restauradora indicou Capitulino a um ateliê privado.

“Foi outra novela. Eles queriam saber qual era a minha experiência e eu tinha só uma mesa no currículo. Pedi uma semana para mostrar o que sabia, tudo por intuição, e três meses depois eu era chefe do ateliê”, diz Capitulino.

Hoje, ele tem seu próprio ateliê, onde restaurou a tela “Mulher com Rosa”, de Gauguin, avaliada em US$ 40 milhões. Dos mais de dez Renoir que recuperou, o mais valioso está no Museu D’Orsay (“A Dançarina”). “Vista de Ponte Neuf”, um Cézanne que pertence a uma galeria parisiense, também foi recuperada por Capitulino.

 

 

VEJA FOTOS DA CONSTRUÇÃO 

 A estrutura chama a atenção de quem passa pelo local.

 

 

 

Redação

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