A página oficial da Universidade Federal da Paraíba – UFPB – usa sem avisar o computador das pessoas que a visitam para minerar criptomoedas, o que faz as máquinas que navegam ficarem lentas. A empresa que fornece este serviço foi informada por e-mail, assim como a Universidade mas até o momento o código responsável ainda não foi retirado. A inserção do código pode ter sido feita por um ataque hacker.
O site é o ufpb.br, que reúne os mais importantes serviços prestados pela universidade aos estudantes, professores e cidadãos em geral, como informações sobre cursos, projetos, pesquisa e extensão.
O portal possui uma linha de código no script de sua página que faz os visitantes participarem, sem saber, da mineração de criptomoedas.
Este é o processo necessário para que moedas virtuais, como o bitcoin, sejam enviadas e recebidas por compradores e vendedores. Como os mineradores colocam a capacidade computacional de suas máquinas à disposição da rede, são recompensados com criptomoedas. Elas são chamadas assim, porque todo o processo em torno da realização de transação usa criptografia.
Não há informação por quanto tempo o mecanismo já está no ar.
O caso foi descoberto por Fernando Júnior, Analista e Desenvolvedor de Sistemas da Vox Tecnologia, que desconfiou da diminuição da velocidade da internet, do tempo de resposta para executar tarefas e o consumo da capacidade de processamento que subiu 14% ao acessar o site.
Segundo ele, “assim que desconfiei, fui inspecionar todo o código fonte da página e encontrei o local exato da utilização deste mecanismo. Comuniquei a Coinpot, empresa responsável pelo serviço, e também informei, por e-mail, à Universidade Federal”.
“Sou defensor do uso legal, responsável e consciente da internet e acredito que práticas como essa devem ser adotadas por todos os especialistas, ou não, para garantir uma melhor utilização dos serviços dispostos na rede mundial de computadores”, acrescenta.
A mineração de criptomoedas dentro do navegador é visualmente imperceptível, mas tem outros efeitos sobre o computador:
aumenta o consumo de energia elétrica;
deixa o computador mais quente;
reduz o tempo de duração da bateria para quem usa notebooks.
Uma maneira fácil de detectar esse tipo de uso indevido do processamento é acessando o Gerenciador de Tarefas, no Windows, e observando a aba Desempenho. Ali, a todo momento, estarão as informações de utilização de processadores e memória, que também registrarão os picos de utilização no momento em que uma página com mineradores é acessada.
O recurso também é usado por hackers. Eles invadem sites e incluem o script para que os visitantes trabalhem como mineradores para eles.
É possível bloquear o funcionamento desses códigos ao mudar as configurações do navegador de internet ou instalando plug-ins que bloqueiam scripts.
Redação