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Vaquinhas virtuais somam apenas 2% dos recursos privados das campanhas

Uma das novidades dessa campanha, as vaquinhas virtuais arrecadaram no primeiro turno apenas 2% do dinheiro privado movimentado pelas campanhas políticas, em um total de R$ 15,6 milhões.

Apesar de as empresas estarem proibidas de financiar os candidatos, a maior parte do dinheiro privado das eleições continua vindo do bolso de empresários e de políticos ricos.

Conforme a Folha de S.Paulo mostrou neste domingo (14), o 1º turno das eleições custou R$ 2,8 bilhões, sendo que 73% desse valor (R$ 2,06 bilhões) saíram dos cofres públicos – os fundos eleitoral e partidário.

O valor ainda vai crescer, já que há disputa em segundo turno pela Presidência da República e pelo governo de 13 estados, mais o Distrito Federal. A eleição se encerra no dia 28.

Há quatro anos, quando as empresas ainda podiam financiar os candidatos, o custo dos dois turnos da campanha foi de R$ 5 bilhões (R$ 6,4 bilhões em valores atualizados).

Decorrência da pequena reforma política feita pelo Congresso no ano passado, as vaquinhas virtuais começaram a recolher doações em maio deste ano, três meses antes do início oficial do período de campanha.

Desde esse período, o eleitor pode doar, por meio de site de empresas credenciadas pela Justiça eleitoral, até R$ 1.064 ao dia para o candidato escolhido, respeitado o limite total de até 10% de seus rendimentos.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral – que atualiza diariamente a prestação de contas dos candidatos -, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi o que mais obteve sucesso nessa plataforma, com R$ 2,16 milhões arrecadados, ou quase 14% do total reunido pelas vaquinhas.

Lula (PT), que está preso e teve sua candidatura barrada pela Justiça, foi o segundo que mais obteve apoio por meio dessas doações pulverizadas: R$ 598 mil. Se somada a arrecadação de seu substituto, Fernando Haddad (PT), o valor sobre para R$ 880 mil.

Quinto na disputa à Presidência, o candidato do Novo, João Amoêdo, arrecadou R$ 583 mil, sendo o terceiro no ranking das vaquinhas. Marina Silva (Rede) foi a quarta, com R$ 378 mil, tendo ficado em oitavo nas urnas.

Tirando os candidatos a presidente, a direção municipal do PSL (partido de Bolsonaro) de Laurentino, em Santa Catarina, foi quem mais arrecadou: R$ 359 mil. Depois, vêm Marivaldo de Castro Ferreira, candidato derrotado a senador pelo PSOL do distrito federal (R$ 267 mil) e Marcelo Van Hattem (Novo), candidato a deputado federal mais votado no Rio Grande do Sul.

Criado em 2015, alinhado à direita e formado por empresários, o novo optou por não usar os recursos públicos à sua disposição, tendo bancado suas campanhas com doações de empresários, recursos próprios e das vaquinhas.

“Enquanto a velha política usou mais de R$ 2 bilhões de dinheiro publico nessa eleição, eu e todos os candidatos do Novo fizemos campanhas apenas com doações voluntárias. Acreditamos que o dinheiro dos nossos impostos deve ir para educação, segurança e saúde”, escreveu João Amoêdo neste domingo em suas redes sociais.

“Enquanto os políticos gastam dinheiro público para manter seus partidos e fazer campanha, falta escola de qualidade para milhares de crianças.”

O mais rico entre os 13 políticos que disputaram a Presidência, com R$ 425 milhões de patrimônio, Amoêdo declarou ter arrecadado R$ 4 milhões para sua campanha, sendo R$ 100 mil do próprio bolso e R$ 2,26 milhões do partido. A arrecadação da legenda foi engordada por doações de empresários como James Marcos de Oliveira (Ex-BTG), com R$ 500 mil, e Jayme Brasil Garfinkel (Porto Seguro), com R$ 310 mil.

Em nota, a assessoria de imprensa do Novo reafirmou a defesa de que não haja dinheiro público no financiamento das campanhas e disse entender que “deveria ser aberto o financiamento para todos os entes privados, com punição rigorosa para casos de corrupção”.

“O Partido entende que as pessoas e as entidades privadas deveriam ser livres para doar o quanto quisessem para as campanhas.”

Em 2015 o Supremo Tribunal Federal proibiu as empresas de doarem para candidatos sob o argumento de que a prática representava uma captura da política pelo poderio econômico.

As empresas continuam financiado candidatos por meio de doações em conjunto de dirigentes, sócios ou fundadores. Só da família fundadora da Riachuelo, por exemplo, há quatro doadores.

Ao contrário do Novo, o PT é um dos partidos que defendem o financiamento público. “Eu acho que foi bom ter o financiamento público, porque garantiu que todos os partidos tivessem recursos para a eleição. O fato de tirar as empresas ajuda a diminuir o ‘compromisso’ que tem entre os candidatos e os financiadores”, diz o líder do partido na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP).

“O que é ruim é que o candidato pode se autofinanciar sem limite, é um absurdo. Mesmo as doações não podem ser isso, de 10% [do rendimento bruto da pessoa], no caso de pessoa física. Os 10% do Lemann [se refere ao empresário Jorge Paulo Lemann, sócio da Ambev e o homem mais rico do país de acordo com a revista Forbes] e do funcionário público são muito diferentes. Quem tem eleitor rico, tem mais dinheiro. Quem tem eleitor pobre, não tem.”

Folha prsess

 


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