“Sou morador de Intermares e acredito que, no lugar de demolir, poderia ser feito um deslocamento da obra para outro local”, disse o aposentado Ernani Freitas. “Vejo o portal como um monumento histórico. Acredito que daria para fazer um desvio na obra e mantê-lo. Vai sair a parada de ônibus dali, e a população sai perdendo”, afirmou o vereador no município de Cabedelo, na Grande João Pessoa, Valdir Silva Moreira. As opiniões fazem parte da discussão que toma as ruas da cidade, sobre a previsão de que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vai demolir o monumento que fica na entrada do bairro de Intermares, para construção de uma rua paralela que é parte do projeto de alargamento da BR-230.
A opinião dos moradores é a mesma da arquiteta Sandra Moura, autora do projeto do portal instalado há 15 anos no local. Segundo ela, a construção faz alusão à história da cidade, com destaque para a Fortaleza de Santa Catarina, uma de suas mais importantes referências. “Não tem como construir o futuro destruindo o resgate do passado”, disse.
A arquiteta relatou que, à época da construção, a Prefeitura de Cabedelo pediu que fosse feita uma obra que representasse um marco histórico da cidade. A escolha foi representar a Fortaleza de Santa Catarina que, segundo ela, é o principal marco da cidade. “O desenvolvimento não pode destruir obras históricas. A história da humanidade é contada através de seus monumentos e de sua arquitetura. A gente não pode permitir que o avanço da infraestrutura impeça um pensamento mais avançado, de fazer com que ela seja preservada”, afirmou.
O médico José Ribeiro de Farias Júnior, mais conhecido como “Dr Júnior”, era o prefeito de Cabedelo quando o monumento foi concebido e instalado. “O primeiro objetivo era criar uma identidade territorial da cidade, destacando o limite do município com João Pessoa, mas não foi possível instalar onde é o limite, nas imediações do Retão de Manaíra e deslocamos a construção para Intermares. Também queríamos homenagear as Ruínas do Almagre e a Fortaleza de Santa Catarina, que são as duas obras da cidade, tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional. A inauguração também celebrou um acordo de cooperação firmado com a cidade portuguesa Viana do Castelo, para investimentos em diversas áreas em Cabedelo”, explicou o ex-prefeito, sobre o significado histórico do monumento.
Redação
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