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Carta ao meu Pai

Hoje cheguei cedo ao escritório depois de final de semana bastante intenso e com grandes emoções, mudei o rumo da minha modesta coluna no PBAGORA, com crônica pronta e acabada intitulada: “Orgulho de ser nordestino”.

O final de semana repleto de sentimentos a flor da pele me fez mudar de idéia e escreve essa crônica para o meu PAI, Desembargador Marcos Souto Maior.

Eis que, logo na manhã do sábado, recebia a triste notícia do amigo do TRE-PB, Luiz Carlos, acerca da morte repentina da amiga, e, também funcionária da Justiça Eleitoral, Maria Esther Souto Maior. No final da tarde do mesmo sábado fui à missa de sétimo dia de falecimento o amigo/irmão do meu pai, Francisco José Aires Urquiza.

A missa foi emocionante com a presença de todos os amigos e familiares do irreverente e sempre alegre “Chico Oi de Gato”, como carinhosamente era chamado.

Confesso que sou reconhecidamente durão, como minha irmã Raquel sempre diz, mas nessa missa chorei. O motivo de não conter as lágrimas foi a Carta escrita pela filha de Francisco Urquiza.

Na Carta lida em meio a grande emoção, Lizetinha, trazia lembranças de fatos que passou junto ao seu Pai mas, o que me chocou, foi o relato da impotência e tristeza de não poder voltar no tempo para dedicar mais tempo a ele.

Quando pequeno estava na casa do meu avô Hilton e reclamei do meu Pai, para logo sua irmã de criação, Amélia, dizer a frase que nunca esqueci: “Triste do filho que não tem um pai, para fazer as coisas por ele.”

E hoje meu Pai, faço essa crônica em sua homenagem, pois como o senhor sempre diz, “homenagem deve ser feita enquanto se está vivo” e, no caso do senhor BEM VIVO e em plena atividade profissional.

Quiseram os fatos e quis o destino que essa crônica fosse escrita justamente quando o senhor completa um ano de retorno aos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, mais ainda, quando o senhor esta há um ano coordenando e administrando o Souto Maior Consultoria, como o senhor diz: “Nosso escritório”.

Queria te dizer que tenho muito orgulho de ser comandado pelo Senhor e, que sempre, sempre, me espelho no seu exemplo de vida para trilhar o meu.

Uma vez li reportagem no avião em uma das minhas viagens à Brasília, não me recordando qual o autor da frase: “Nos só aprendemos a ser filho, quando somos pai, e a ser pai, quando somos avos.”

Pois é, usando as palavras de seu amigo Francisco Urquiza, “É melhor ser feliz do que ter razão” e hoje deixo a razão de lado, esquecendo os comentários sobre a discriminação nordestina, para ser feliz fazendo justiça e homenageando o homem que revolucionou a Justiça Paraibana, fazendo vinte anos em dois.

Ninguém pode negar, meu Pai, os avanços do Judiciário Paraibano, hoje copiados, realizados nos anos de 2001/2002, quando esteve à frente dos comandos do Poder Judiciário da Paraíba.

Os amigos do “PODER”, podem até, por mais pura inveja criticar, mas os números e os projetos de celeridades não mentem e esses, eles não podem apagar. Aliás, esses eles não podem nem querendo!!!

Nosso Poder Judiciário não é o mesmo dos tempos do seu comando; os funcionários da Justiça Paraibana estão orfãos do “Paizinho Querido”, como sempre revelam ao se referirem ao seu nome. Certo dia um sindicalista dos quadros do Judiciário me disse nos corredores do Forum da Capital: “A gente era feliz e não sabia!!!”

Pai, não quero escrever carta homenageando o Senhor, com infelizmente, a jovem Lizitinha, fez ao seu genitor Francisco Urquiza. Por isso, faço hoje essa homenagem, em nome dos seus filhos, para que TODOS saibam que, mais do que orgulho de suas realizações profissionais, amo você intensamente como meu héroi.


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