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Corpo e alma: PB Agora revela batalha de profissionais do sexo nos dias e noites de CG

Corpo e alma nas manhãs, tardes e noites campinenses. As paredes amareladas carcomidas pelo tempo, escondem uma realidade sofrida. A música que toca em alto volume, fala de um amor fantasioso e que inexiste. As garrafas de bebidas espalhadas em cima das mesas, a maioria cerveja e que anima os clientes, revelam o ambiente de prostituição.

Ali perto, no quarto pequeno sem luxo e nenhum conforto, a cama forrada com lençois “baratos” e com alguns preservativos em cima, apontam que a batalha pela sobrevivência, travada diariamente, já começou. O sorriso no rosto que prende a atenção dos homens não traduz a felicidade, mas esconde uma tristeza disfarçável. Os sonhos são sufocados na medida em que o tempo passa, e a insensibilidade dos “amantes” os enterram.

Entrar no mundo onde acontece a prostituição em Campina Grande e descortinar o que se passa na vida das prostitutas, é descobrir histórias de sonhos, frustrações, desilusões amorosas, dramas, separação, luta pela sobrevivência, indiferença e insensibilidade. As mulheres que encontraram a forma de sobrevivência nessa vida, por motivos e circunstâncias diversas, se tornam invisíveis aos olhos da sociedade e distantes das políticas públicas. E carregam marcas no corpo e na alma. Mudar o destino é quase uma utopia, visto que dificilmente elas encontram uma porta capaz de abrir perspectivas para desbravar um novo horizonte e um futuro melhor. A chamada “luz” no fim do túnel quase não acende para elas.

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“Aqui é como se fosse um grande buraco. Um abismo. Quando a gente entra não tem como sair”, revelou com um cigarro na mão, Bárbara B. da Silva de 20 anos que atua em um dos bordeis na rua Manoel Pereira de Araújo, no coração da Feira Central de Campina Grande.

O PB Agora entrou nas entranhas de alguns dos cabarés de Campina Grande, e atestou como vivem as profissionais do sexo, que “alugam” seus corpos para satisfazer os desejos de conhecidos e forasteiros como fez “Geni” com o homem tão nobre cheirando a brilho e a cobre na canção “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque de Holanda. Para preservar a imagem delas, vamos tratá-las algumas com nomes fictícios.

Estigmatizadas pela sociedade como prostitutas, meretriz, concubina, “quenga”,mulher da rua, mulher da vida, sirigaita, pécora, piranha, entre outros adjetivos, essas mulheres mal tem tempo para contar as suas histórias, o que almejam e o que pensam da vida. Nas entrelinhas, revelaram que gostariam de ser tratadas com dignidade, embora na cama, ninguém queira saber de suas vidas, dramas e sonhos. A própria cidadania e a identidade de pessoa humana com direitos e deveres, é deixada de lado. Os nomes que usam nos “ cabarés”, entre um programa e outro, não são os mesmos do registro civil o que atesta que estão longe de ser alcançadas pelos direitos assegurados pela Constituição Federal,e  a  Lei nº 8.212/91, sob o número 1007 que protege as atividades das prostitutas.

“Não somos apenas corpo. Gostaríamos de ser tratadas de forma descente como cidadãs, que tem nomes, alma e sentimentos” revelou Carla Mayara dos Santos.

Em meio a sonho e fantasias, elas atuam entre quatro paredes, desde o raiar do dia, passando pela tarde, até na penumbra da noite. Na feira, a maior parte dos programas é feito durante a manhã, quando o fluxo de pessoas é maior. Por volta do meio, dia “já está livres do serviço e descansando da batalha”.

Na luta pela sobrevivência é comum o deslocamento destas mulheres para eventos em Campina Grande, exemplo feira de gado e outras cidades, na busca de clientela que forneçam-lhes sustento, aumentando os riscos de vida em locais por vezes sem nenhuma garantia de segurança, contando muitas vezes com a proteção de umas pelas outras.

Em alguns bordéis, costumam aparecer ao cair da tarde e podem ser vista nas ruas, calçadas, praças, prontas oferecer o corpo e proporcionar prazer aos clientes.

A vida das chamadas “profissionais do sexo” nos dias frios e quentes e noites sombrias de Campina Grande é dura, conforme constatou o PB Agora.

Entre quatro paredes, muitas são tratadas com desdém, são maltratadas e despidas de toda dignidade humana e com receio, evitam falar de suas mágoas e dores. Por conta da insensibilidade da sociedade e dos poderes públicos, preferem se fechar no seu mundo “sombrio”. E não contam das agressões sejam físicas ou morais. A violência começa pelo valor pago pelo “serviço” e as condições quase sub humanas em que trabalham. O programa chega a custar R$ 10, e em alguns casos, com fome, as mulheres negociam o prazer por um prato de comida. As que têm menor acesso social, utilizam-se deste trabalho para, simplesmente, sobreviver ou subsistir.

Nos casos mais extremos de desilusão o álcool e as drogas tornam-se elementos que amenizam e disfarçam a realidade.

“Normalmente elas não declaram. As que tem um público mais “excelente” não querem se expor. As violências físicas possíveis são ocultas, justamente por não se sentirem respaldadas em seus direitos pela sociedade e desconhecerem acessos jurídicos e de segurança pública que acolha suas denúncias”, revelou Mário Fernandes, Coordenador das ações e políticas para a população LGBTQI+ no município .

 Mario  afirma que não enxerga  nenhuma indignidade em sobreviver com os recursos disponíveis, mesmo a cessão do corpo.

Vejo sim a hipocrisia na sociedade ao negar a dignidade e ao mesmo tempo explorar a humanidade”, afirmou.

O estigma em torno das prostitutas e o preconceito que incide sobre elas, aumenta o abismo. Mergulhar nesse universo é ver com clareza o reverso da “moeda” . Na cidade de Campina Grande, o mapa da prostituição compreende, praticamente, todas as regiões dessa cidade.

Invisíveis socialmente das políticas públicas, elas também se escondem de sua realidade. Maria Betânia da Silva de 45 anos, contou trabalha há anos em um dos cabaréis da Manoel Pereira de Araújo. Ao PB Agora, ela contou que trabalha para sustentar a filha de 19 anos. Com vergonha e medo da reação, esconde do filho a sua condição social.

“Ele não sabe que eu faço programa. Ele pensa que eu trabalho em uma farmácia, posto de combustível ou loja no Centro. Nunca desconfiou que faço programa aqui”revelou Betânia P da Silva de 45  anos.

Para Betânia, o tempo já passou, e hoje ela não vislumbra mais nenhuma ascensão social. A idade já avançou, e logo a “velhice” estará batendo as portas.  reduzindo ainda mais quaisquer perspectivas de uma sobrevivência, possibilidade de felicidade e o amor que tanto se propala na sociedade. 

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Dados do Centro Informativo de Prevenção Mobilização e Aconselhamento aos Profissionais do Sexo (CIPMAC) apontam, para a existência de mais 300  profissionais do sexo, mais de 85% feminino. Somente na Feira Central, Rodoviária Velha, e Índios Cariri e rua João Pessoa, e rua João Suassuna, existem atualmente 165 profissionais do sexo realizando programas, conforme atesta a Coordenação de Ações e Políticas para a População LGBT.

A Feira Central, além de ser o principal polo de abastecimento alimentício da cidade, é também um local que sustenta uma tradição no ofício da prostituição. Há diversos cabarés para atender toda a demanda de usuários. Nas entranhas da Feira é possível descobrir melhor o mundo das profissionais do sexo e escondem um mundo desconhecido. Como todo ser humano, elas tem família, história e sentimentos. Tem alma e um coração que bate forte.

Nos bordéis que se localizam no interior da feira há um sério quadro de pauperização, onde o comércio sexual é a principal fonte de renda para centenas de pessoas,desde os donos de bares até as prostitutas. Muitas se apresentam sob o efeito de álcool, outras, na falta de alimento, satisfazem suas necessidades básicas com drogas. O valor do programa, muitas vezes não passa de R$ 10 (dez reais), chegando a ser negociado por um prato de comida, uma dose de bebida, sem contar o percentual reservado para o pagamento dos quartos dos proprietários dos estabelecimentos.

Os programas são realizados em quartos existentes nessas imediações, que ficam localizados em casas, bares ou locais de jogos como sinuca.

O gerente de ações e políticas para a população LGBTQI+ no município, Mário Fernandes, disse que os profissionais do sexo são marginalizadas na sociedade e por não ter uma visibilidade social, como políticas públicas, dificilmente alcançam um status de estabilidade social.

Para ele, a discriminação é subjetiva e por vezes subliminar, porém criam um distanciamento e uma barreira invisível quanto ao acolhimento, e o grande desafio é reduzir este distanciamento cultural com progressivos resultados de ambas as partes.

“Muitas vezes quando novas elas não percebem muito isso. Mas quando envelhecem não tem uma garantia porque a profissão delas não é reconhecida. Nosso desafio é fazer com que elas tenham uma vida digna” destacou Mário.

Sonho com uma vida melhor e o medo da chegada da velhice

Deitada na cama feita de cimento em no quarto pequeno, Tamires S. de Oliveira Santos de 28 anos, aguarda o próximo cliente para fazer o oitavo programa do dia. Ao fundo, a música toca alto. O movimento no bar, localizado em das ruas da Feira Central, é intenso.

Alguns dos clientes já estão “chapados”. Outros se divertem. O consumo de bebida é grande. As meninas em ambiente de trabalho não bebem. Não consomem drogas. São bem vestidas e tratam todos sempre com um sorriso.

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Naquela tarde, enquanto esperava pelo próximo cliente, Tamires S. de Oliveira deu uma pausa para falar de sua vida, de seus sonhos, medos e desilusões. Ao lado da cama, dois preservativos que seriam usados no programa. Ela garante que não abre mão do uso do preservativo. A proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis é indispensável.

Jovem, bonita, a morena dos cabelos longos, revela que entrou no mundo da prostituição apenas para ajudar a família. Ela já foi casada quatro vezes, mas não teve sucesso no amor. O maior desejo de Tamires de Oliveira é sair do “cabaré” e encontrar um emprego e ter a sua própria bem longe de Campina.

“Penso todos os dias em sair daqui e arrumar um emprego. Meu principal sonho é ter uma casa bem longe daqui” contou.

Ela conta que chegou a entrar na Universidade Estadual da Paraíba, para cursar Educação Física, mas desistiu para trabalhar e sustentar as suas duas filhas. Parte do dinheiro que ganha, ela deposita na conta das filhas.

“Eu sou muito vaidosa. Gosto de joias e roupas de marca. Ai eu divido o dinheiro que ganho. Metade eu deposito e a outra metade eu gasto” garantiu.

Questionada se aconselharia as jovens a entrar no mundo da prostituição, ela disse que não.

Carla Mayara dos Santos tem 21 anos. Ela entrou no mundo da prostituição há pouco mais de cinco anos devido a necessidade de ganha dinheiro para sustentar as duas filhas e a mãe. Natural de Maceió, ela chegou a Campinam Grande apenas há seis meses, e foi acolhida no “bordel” que também funciona como um bar.

Em Maceió ela morava com a sua mãe, a avô e com as duas filhas. Seus país são separados há anos, e a desestruturação familiar terminou contribuindo para mudar o rumo a vida da menina de 21 anos.

Como tantas “meninas” ela foi casada duas vezes mas se separou e hoje busca um novo amor para largar de vez a vida de garota de programa. Ela conta que largou do marido devido as brigas e o excesso de ciúmes.

“Eu não era acostumada a trabalhar com isso. Uma amiga me chamou para trabalhar aqui. Eu gostei e não quis mais ir embora. Temos fazer isso mesmo para não fazer besteira no mundo. Eu já estudei sendo que parei no 6º ano e entrei nessa vida” contou.

A principal preocupação de Carla Mayara é com o futuro quando a velhice chegar. Isso porque, como não paga Previdência Social, ela sabe que será difícil conseguir uma aposentadoria.

Ainda em relação ao futuro, ela disse que espera “arrumar” um homem que a respeito, se casar e reconstruir a vida feliz. E encontrar um emprego.

“Meu sonho é ter minha casa, uma família e ser feliz. Porque nessa vida a gente é feliz, mas não é tão feliz. Porque não é a vida que a gente quer” revelou. Por dia ela chega a fazer entre sete e oito programas.

Aos 18 anos, Priscila Lira da Silva entrou no mundo da prostituição cedo. Mais não sepultou os seus sonhos. Como muitas colegas de “batalha”, ela sonha com a casa própria e com um futuro melhor. Sucinta nas palavras, garantiu que não sofre agressão dos parceiros, e considera normal o trabalho.

Maria V. Fidellis dos Santos está há 8 anos na prostituição e recentemente teve menino. Aos 26 anos, e com cinco filhos, ela não demostrou preocupação com o futuro. Mas reconhece que essa vida não é a melhor pois depende da procura dos homens.

Dentro dos Cabarés na Manoel Pereira de Araújo

O movimento na rua Manoel Pereira de Araújo, mais conhecido como a “feira de galinha” não é o mesmo de outrora. Os bares estão cada vez mais vazios. Mesmo assim, sempre tem gente. Epicentro da prostituição, a Manoel Pereira de Araújo onde funcionou o famoso Cassino Eldorado,um dos maiores cabarés da cidade nos anos 30, hoje em ruínas, se concentra a maior parte dos bordeis da cidade. É o ponto de maior vulnerabilidade conforme afirmou o educador social Mário Fernandes.

Nesse ambiente droga, álcool e sexo caminham juntos em uma mistura perigosa. Dentro dos “cabarés” as mulheres, algumas jovens e outras de idade já avançada, oferecem vendem seus corpos, por valores insignificante O mercado do sexo, há anos deixou de ser um negócio lucrativo para quem tira o sustento desse lugar.

“Os homens estão cada vez mais escassos. Os programas diminuíram muito” lamentou Maria Betânia P da Silva de 41 anos.

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Na última quarta-feira (08), ao chegarmos na rua por volta das 14h, encontramos alguns bares abertos, mas com fraco movimento.

Cada bordel na Manoel Pereira tem características estruturais e normas próprias para seu funcionamento. Os que se situam em ruas com predominância residencial são mantidos em discrição, razão por que funcionam no interior do imóvel, com portas fechadas, por vezes, nos fundos e com redução do volume do áudio.

Sentada em um tamborete, Maria Betânia falou das dificuldades em tirar o sustento da prostituição.

“A primeira dificuldade é que não está tendo muito programa né! A crise está enorme. E o trabalho que a gente tem é só esse” contou.

Há 13 anos na vida e com um filha de 19 anos, Betânia disse que chegou a ser casada antes de fixar trabalho na Manoel Pereira de Araújo. Ela reclamou de alguns dos clientes que tratam as mulheres “da vida” de forma rude e com grosserias.

Sobre o futuro, ela não vislumbra boas perspetivas, visto que não tem tempo de estudar e buscar uma profissão.

“Quando a gente entra para essa vida, para esse meio de prostituição, parece que a gente morre para o mundo. A gente vai afundando cada vez mais. Nós não temos tempo para fazer um curso, estudar e ter uma profissão” lamentou.

O maior sonho de Betânia é deixar “essa vida” e ver a filha de 19 anos formado.

Bárbara B, da da Silva Araújo, órfã e mãe de 2 filhos, afirmou que não é feliz na Manoel Pereira de Araújo, e todos os dias sonha em deixar essa vida. Há quatro anos vivendo na prostituição, Bárbara sonha em terminar os estudos, e ter a sua própria casa. Ela não aconselha a ninguém a entrar nessa vida. Ela disse que metade do que ganha deposita na conta das duas filhas. 

“Eu aconselho a não entrar nunca. Porque quem entra não sai mais não. Aqui é um buraco disse.

Roberta P dos Santos  é coordenadora geral de uma ONG Adhumab ( associação , diversidade e direitos humanos do agreste/ brejo paraibano), e conhece bem a realidade do mundo da prostituição em Campina Grande.

Ao PB Agora ela contou que a realidade das meninas é muito cruel visando os direitos humanos e inclusão social.

“Sempre estamos buscando assistência médica, educacional, porém as promessas por parte de órgãos governamentais surgem a todo vapor, porém realizações nenhuma, quanto a cursos profissionalizantes. Quanto a saúde algumas dependentes químicas, outras com HIV positivo detectado enquanto a maioria estão bem graças a Deus” relatou.

Ela relevou que muitas das meninas “são trabalhadoras do sexo por falta de oportunidade e credibilidade. Outras pela dependência do álcool e drogas e outras porque foi no trabalho sexual que conseguiu e consegue sustentar família e outras necessidades dignamente. Muitas tem clientes fixos que ajudam sempre, mesmo que não faça sexo.

Em média o programa custa R$ 50,e quando elas ficam em bares pagam o quarto fora o valor do seu trabalho. Alguns donos dão alimentação as meninas enquanto outros se recusam a fornecer o alimento.

“Nesses casos, o dinheiro que ela cobram aos clientes é exclusivamente delas..O dono do bar cabe o valor do quarto e bebida consumida”, observou.

Roberta disse revelou ainda que muitas tem maridos que não sabem,  enquanto outros sabem. Os maridos que conhecem a realidade e a origem do dinheiro que sustenta a casa,   a maioria das vezes são os presidiários ou os famosos gigolôs que esperam o dinheiro chegar para beber e se drogar.

“A maioria não tem marido, apenas clientes ou amigos. Muitas vem para os bares de campina grande mas são das  cidades vizinhas” destacou.

Um mundo de sonhos e fantasias

Elas sonham com uma vida de luxo. Querem ter carros, casa própria e curso superior para projetar o futuro. Só que realizar fantasias não é nenhum conto de fadas e nem sempre tem o glamour e o final feliz da personagem de Julia Roberts no filme “Uma Linda Mulher” .

Em Campina Grande não existem apenas as prostitutas que utilizam seus serviços para sobreviver. Muitas tem um melhor nível e buscam uma ascensão social.

Estas normalmente utilizam as redes sociais e mídia impressa para divulgar seus serviços, tendo clientes com melhores condições financeiras e portanto dispondo maior remuneração (de R$ 300,00 acima). Atendem comumente empresários e outras pessoas de maior poder aquisitivo. Os programas são realizados em motéis da cidade.

Seja nos cabarés da Manoel Pereira, nos bares mais sofisticados ou nos demais ambientes onde a prostituição, a vida das profissionais do sexo em Campina Grande, carrega as marcas de uma atividade de risco, e que passam longe de ser alcançadas pelas políticas públicas.

Com a sensibilidade de quem conhece a vida e o cotidiano dessas mulheres, Mário Fernandes citou o trecho do poema “Felicidade”, de Vicente de Carvalho como  expressão que traduz os sonhos e frustrações das prostitutas. E o ardente desejo de simplesmente, serem felizes. “O eterno sonho da alma desterrada, Sonho que a traz ansiosa e embevecida, É uma hora feliz, sempre adiada E que não chega nunca em toda a vida. Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa, que sonhamos Toda arreada de dourados pomos, Existe, sim; mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos”.

 

Severino Lopes

PB Agora

Fotos: Severino Lopes

 

 


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