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Mulheres da Paraíba consideram ‘encoxada’ estupro

Mulheres paraibanas afirmam que ‘Encoxada’ também é estupro, mas evitam denunciar a polícia

Abusos contra mulheres dentro de ônibus não é um assunto novo em João Pessoa. Apesar disso e da gravidade da violência, a Delegacia da Mulher não tem rotina de registro desses casos e, no Ministério Público Estadual, os promotores nunca ouviram falar em processos por esse motivo. A conclusão é que, por motivos diversos, as vítimas não denunciam os abusos e os criminosos seguem impunes. Vergonha da exposição, crença de que a denúncia não dará em nada ou até mesmo o desconhecimento de que as "encoxadas" configuram crime de estupro, estão entre os motivos que levam inibição das mulheres em denunciar, na opinião de uma das delegadas da Mulher da Capital.

A comunicadora social Mônica Melo foi uma das vítimas, quando João Pessoa ainda era considerada uma das cidades mais tranquilas do País e os crimes não faziam tanta parte da rotina dos pessoenses. Ela conta que viajava em pé, em um ônibus que ia do Centro para o Valentina de Figueiredo, após sair do colégio, na companhia da mãe. Com apenas sete anos de idade, na época, e corpo franzino, ela se apoiou entre dois bancos, para suportar a pressão da lotação, que estava quase na capacidade máxima.

"Em certo momento um homem parou atrás de mim, abriu a calça e começou a esfregar o pênis nas minhas costas. Ao perceber eu tentei sair, mas ele me segurou. Tentei sair para um lado e para o outro e ele não deixava. Vi que não iria conseguir, desistir de tentar fugir e comecei a chorar, de forma silenciosa. Quando minha mãe me viu chorando, perguntou o motivo e percebeu o que estava acontecendo. Ele viu que minha mãe notou, fechou a calça rápido e tentou sair, mas os passageiros, que também notaram o abuso, seguraram ele, bateram e o expulsaram do ônibus. Foi uma grande confusão, mas ele não foi preso", contou Mônica.

Redação

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