“O Ministério Público não tem pressa e nem retarda denúncia”, afirmou nesta segunda-feira (17), nos Estados Unidos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comentando a apresentação da próxima denúncia contra o presidente Michel Temer. “Existem investigações em curso e, dessas investigações, uma está mais adiantada que outra. Se até o dia 15 de setembro, último dia útil do meu mandato, eu obtiver esse quadro definido, não posso deixar de fazer isso, sob pena de prevaricar, de praticar meu ato de ofício”, afirmou o procurador-geral.
Janot prosseguiu: “Nós temos a necessidade de oferecer uma denúncia, eu tenho a necessidade de apurar. Convencido de que o fato é típico, convencido da materialidade do crime e definida a autoria, aí sim partiremos para a fase do processo penal.”
O procurador-geral comentou ainda sobre sua expectativa sobre a decisão da Câmara com relação à primeira denúncia contra Temer, de corrupção passiva. Ele afirmou que vai aceitar a decisão com a “maior naturalidade possível”. Cabe à Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal a dar prosseguimento ao processo ou não.
“Cada um faz o seu trabalho. Eu não vou insistir nessa denúncia porque tecnicamente não tem como insistir. Não autorizou, ela vai ficar suspensa”, disse, prosseguindo: “Se a Câmara autoriza, o processo penal segue o seu curso normal. Se a Câmara não autoriza, essa denúncia fica suspensa aguardando o fim do exercício da presidência da República para dar sequência.”
Jornal do Brasil