O presidente Michel Temer aproveitou um café da manhã nesta quarta-feira (13), com ministros e líderes da base do governo na Câmara dos Deputados para pedir aos aliados que rebatam discursos contra o governo e repitam dados sobre a melhoria da economia desde o ano passado. Em matéria recente do Estado de São Paulo, foi destacado que em meio à maior crise política do governo Michel Temer com a delação de executivos do grupo JBS, as principais lideranças e interlocutores do presidente no Legislativo se calaram. A exemplo do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Em reunião realizada nesta quarta-feira (13/9), no Palácio da Alvorada, ele também pediu apoio para a aprovação de reformas e chegou a dizer que a votação dessas medidas não irá atrapalhar as pretensões eleitorais desses apoiadores em 2018. Para Temer, é preciso que os membros do governo e da base repitam os resultados da economia, como se faz a um aluno na escola. “Se você faz um único discurso, fala uma única vez, no outro dia as pessoas já não sabem mais isso. Por isso, peço que parem, comparem com o que vinha acontecendo, e com as previsões do que há por vir”, disse o presidente, para uma plateia com 19 ministros e 17 deputados, segundo áudio divulgado pelo Palácio do Planalto.
Ele pediu às lideranças políticas que incentivem deputados e senadores a fazerem um “discurso de rebate” para contestar críticas ao governo. “Não podemos nos aquietar e ficar em silêncio quando ouvirmos coisas negativas. Enquanto as pessoas vão protestando, a caravana vai passando. O nosso objetivo é governar e esse é o legado que queremos deixar. Se nos envolvermos com outras questões, vamos nos embaralhar”, completou.
Em maio deste ano, o Estadão trouxe uma matéria, em que dizia que em meio à maior crise política do seu governo, nenhum dos líderes do governo na Câmara, no Senado ou Congresso Nacional saíram em defesa de Temer, acusado de receber propina e dar aval para compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dentre os citados na matéria estão os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), que até aquele momento não fizeram nenhum discurso em plenário defendendo Temer. Também não deram entrevistas e nem atenderam à imprensa por telefone ou por mensagem, quando procurados para falarem sobre a delação premiada de executivos da JBS. Evitam até mesmo circular pelo Congresso.
PB Agora