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Nos últimos 5 anos, cirrose hepática vitimou 939 pessoas na PB

 Nos últimos cinco anos 939 pessoas morreram de cirrose hepática na Paraíba, apontam dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. O cenário fica ainda mais alarmante quando se leva em consideração que o consumo de álcool, principal causa da doença, aumentou 43,5% em todo país, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O número tende a ser ainda maior, se cruzados os casos de cirrose hepática com hemorragia digestiva alta e câncer de fígado, complicações cada vez mais comuns no Estado, destaca o médico hepatologista José Eymard Medeiros Filho, do ambulatorial do fígado do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).

“Somente lá no HU tivemos três mortes deste tipo na última semana. A cirrose é a parte final de uma série de doenças comuns, relacionadas sobretudo ao alto consumo de álcool e ao fígado gorduroso”, disse o especialista em saúde do fígado.

De acordo com o hepatologista, a naturalização do consumo do álcool é um dos fatores que contribuem para o aumento das doenças hepáticas. “A gente tem uma cultura muito permissiva, começamos a beber muito cedo, entre 14 e 16 anos, muitas vezes estimulados pelos próprios familiares. Além disso, hoje em dia se bebe mais vezes por semana, muita gente já bebe a partir da quarta e quinta-feira”, disse José Eymard.

O último Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis, divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), analisou o consumo de álcool em diversas capitais do país. Em João Pessoa, 32,4% das pessoas com 15 anos ou mais relataram ter consumido pelo menos uma dose de álcool nos últimos 30 dias.

Quantidade e tempo de consumo do álcool são os dois principais fatores que se levam em consideração para descobrir se a ingestão de bebidas é sadia ou não. O consumo é considerado alto quando passa de 60 gramas de álcool por dia. Uma lata de cerveja, uma dose de uísque, um copo de cachaça ou meia taça de vinho têm aproximadamente 20 gramas de álcool, logo 3 doses dessas por dia seria um número considerado alto.

“Quem toma três doses dessas por dia ao longo de dez anos tem risco potencial de desenvolver uma doença de fígado. É importante frisar que, se a pessoa não bebe durante a semana, mas no final de semana bebe, por exemplo, 22 doses de uísque, ele estará tomando o equivalente a 3,1 doses por dia. Esse paciente tem risco de desenvolver cirrose”, explicou o médico José Eymard Filho.

Redação

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