A Paraíba realizou 17 transplantes de rim ente janeiro e junho deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). O número revela que o Estado está aquém das ações necessárias para a captação dos órgãos, avalia a Associação de Renais Transplantados e Doadores da Paraíba. O presidente da entidade, Carlos Roberto da Silva, disse que o volume de procedimentos mostra a falta de políticas públicas efetivas no Estado.
De acordo com o representante da associação, o histórico de procedimentos já realizados na Paraíba refuta o principal argumento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que afirma não existir doadores.
“Quando perguntam à diretoria da Central de Transplantes, eles dizem que faltam doadores. Isso não é verdade, o que falta é colocar os médicos da captação próximo às famílias dos possíveis doadores. Em 2012 e 2013 tivemos em média 60 transplantes de rim em cada ano, o que nos colocava, proporcionalmente, no topo dos Estados que fazem transplante. Hoje somos um dos piores”.
Doações recusadas. O estudo da ABTO revela que 65% das entrevistas realizadas com as famílias dos possíveis doadores na Paraíba terminam em recusa. “Existe uma equipe no Hospital de Trauma que entrevista a família, mas elas têm desistido de doar porque a equipe médica não comparece nas primeiras horas junto às famílias”, destacou Carlos Roberto da Silva.
Redação