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Especialistas paraibanos divergem sobre a liberação pelo governo federal de registros de agrotóxicos altamente tóxicos

Quarenta novos produtos comerciais com agrotóxicos receberam permissão para chegar ao mercado brasileiro. O Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União de 10 de janeiro o registro de 28 agrotóxicos e princípios ativos. Entre eles um aditivo inédito, o Sulfoxaflor, que já causa polêmica nos Estados Unidos. Os outros são velhos conhecidos do agricultor brasileiro, mas que agora passam a ser produzidos por mais empresas e até utilizados em novas culturas, entre elas a de alimentos. Essa polêmica foi analisada por especialistas paraibanos que divergem sobre os efeitos desses agrotóxicos para o meio ambiente e os seres humanos.

 

Especialistas ouvidos pela reportagem apontam pontos de vistas divergentes, enquanto a militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba, Dilei Aparecida Schiochet, defende que todos os defensivos são ofensivos, pois trazem consequências ambientais e humanas, o diretor-financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa-PB), Carlos Alberto Patrício, que também é produtor rural, destaca que os pesticidas liberados são de fundamental importância para a agricultura brasileira.

 

 “Há comprovação científica de que os agrotóxicos são os grandes causadores de câncer no Brasil. Eles só beneficiam as empresas transnacionais que em seus países não podem fazer utilização, pois foram legalmente extintos”, disse a militante do MST-PB.

 

Apesar de Carlos Alberto reconhecer que todo produto químico tem malefícios, ele salienta que quando utilizados nas dosagens adequadas e aplicados com os pertinentes Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), estes malefícios são minimizados e até deixam de existir. . “Ressalte-se que efetivamente os grandes problemas envolvendo a toxidade dos pesticidas são decorrentes do seu mau uso”, afirmou.

 

Entenda mais sobre essa liberação – A Fundação Oswaldo Cruz abriga o mais importante laboratório federal de análises de substâncias químicas presentes nos alimentos, ligado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Mais de 30 alimentos costumam ser periodicamente analisados por lá. Para surpresa dos pesquisadores, em algumas amostras é possível encontrar até 15 princípios ativos de diferentes agrotóxicos, o que indica uma brutal desinformação do agricultor que está usando “bala de canhão para matar uma mosca”.

 

“Quem determina quais produtos químicos os agricultores devem usar, e em quais dosagens, é o varejista”, afirma uma fonte da Embrapa. Além de não dispor do conhecimento técnico necessário para indicar a melhor resposta para todas as situações, o vendedor ainda recebe comissão pelas vendas desses produtos químicos. Curiosamente, o próprio relator do “Pacote do Veneno” como estava sendo chamado na Câmara pela oposição, deputado Luís Nishimori (PR-Paraná), esteve à frente de duas empresas que vendiam agrotóxicos (Nishimori Agricultura e Mariagro Agrícola Ltda.), mas, segundo ele, à época da votação, as empresas estariam “desativadas”. Em tempo: o conflito de interesses no Congresso alcança de forma avassaladora vários parlamentares ligados ao agronegócio, mineração, indústria das armas, etc.

 

 

Redação

 


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